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[MONGE]
Não quero mais ouvir bala cantar
Mas segue assim por aqui
A regra é clara: O poder encanta
E também te faz cair
Realidade é triste
E ao mesmo tempo o que alivia, te sufoca!
Bebês vendo o pai bêbado e só mais um tapa
A mãe cansada de agressão pega os filhos e vaza da casa
Menor vai crescer sem pai, na loucura a rua abraça
E a vida passa a treinar o filho pra fazer dim nas calçada
Realidade mata e é foda ver
Estuprador sem punição, e os cana abusam do poder
Senado é show do milhão, nas ruas é show de ladrão
Nas empresa as mulher são só minorias no poder
Cês devem ao povo preto, cês devem ao povo indígena
Cês devem a todo povo uma moradia digna
Cês devem mais respeito pro povo LGBT
Cada corpo com a sua regra e cabe aos donos escolher
Armas são pra matar. Religiões separam
Cacem os estupradores. Mate esses nazis logo
Em racista eu boto fogo. Políticos são lixos
Nós não somos cachorros. Limpe essa merda logo!
Olha o caos que a ganância monta
Dinheiro faz dinheiro e ele faz com que as pessoas se atropelem
E nesse faz de conta, a gente faz de conta
Que nunca soube de nada pra que os falsos se revelem
[BRITO S. A.]
Levanta cedo
Sobe no trem porque, se moscar, ele sai fora
Me pedem calma mas é assustador que, o tempo, a minha vida devora
E meu instinto tem me mantido extinto dessa lista de extinção
Como falar de justiça se Braga paga pela injusta detenção?
Meus pensamentos eram livres, igual minha expressão
Segurança só existe no mundo da imaginação
Sempre inocentes até que se prove o contrário
Sem provas o pobre é preso, com provas rico é inocentado
Sem direito de julgamento, direto tenho sido julgado
Não pelo meu comportamento mas sim pelas roupas que tenho usado
Um meu morre a cada momento, e você tem assistido calado
Se não bastasse as porrada da vida, cada dia é um golpe do estado
E eu já tô cansado dessa merda
Tenho andado de saco cheio de toda essa merda
Favelado é escória? Diga o que cê quiser
Que nóis foda! Muita marra, muito estilo e muita fé
Luz!
[ODDYN]
O 25° antigo da declaração universal dos direitos humanos indica que todos temos o direito de pelo menos um prato de comia
É tanta revolta que volta, eu não consigo ficar calado!
Disparo, paro e reparo no ato desgovernado. De fato
Agora isso vira!
E eu viro pedra no sapato!
Imediato, relato – incômodo de modo chato
Rato engravatado é mato! Mato! Verme é mato! Porra!
Tô me sentindo à toa
Tô perdido: Uma pessoa
Escrava – escapo escrevendo verso que ecoa
Então, acorda! Sereia vindo, servindo pino de 10
Não caia no encanto. O canto te encanta e afunda
E afundou o menino
Não tão genuíno
Pela madrugada, de cara fechada
Mãe desesperada
Se torna bandido
Que ensina: Carandiru – chacina
Vermelho: Sangue piscina
E eu paro só pra pensar
Que, apenas um ser humano
É desumano, mano
Militarismo
E, a partir de citar isso
Eu tô correndo risco
SP tá por um trisco
Menstruando
Não tá adiantando
Tá virando vício
Difícil ofício
Cidade aflita
Percorre – corre, criança!
Puxa lança. Morre esperança
No mundo, não vê mudança, não, não!
Vê menisquência
É vários corpo morto
Pesa a balança da negligência
[DUST]
E eu tô nessa pela família
Mantendo os pés no chão pra ver se nóis não pira
Porque aprendi que não importa quem tá na mira
Já que no fim também morre quem atira
Enquanto o tempo não vira, respira jão
Porque da ponte pra cá tem uma escola
Que só forma os moleque pra assaltar madame
Lotar baile funk, cheirar e jogar bola
Mão de obra escrava, meu povo sente o efeito
Na favela sobra humano, mas tá faltando direito, porra!
Porque não tem bala perdida em bairro nobre
Se é fato é fato, isso aí já não é segredo
Então os menor daqui já aprende desde cedo
Que se tu merece a mão eles só vão te dar o dedo
De vocês nóis não tem medo, mas eu não conto com a sorte
Já que a lei do retorno só funciona pro mais forte
Quando é que a gente vai ter preto em classe dominante?
Quando é que cês vão aprender que colors don’t mean nothing?
Nada!
Mas as mina tão sendo abusada
Quantos menor portando quadrada?
Quantas mães chorando na quebrada?
A verdade ocultada na mídia
Mas eu tenho a cura pra essa praga
É pau no cu desses burguês e liberdade Rafa Braga!
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